DR, discutindo a relação, problemas inevitáveis ou questões interessantes para criar corpo. Ao longo de nossos encontros, detectamos questões saborosas a este desafio e aqui as reúno:
- qual poder ainda resta para quem passa se não criar estratégias diversas para se aproximar do outro?
- eu e o outro fazemos parte de uma ficção: como roteirizar tais encontros?
- qual o pode ser escolha de quem recebe a obra do outro? Dentro de quais possibilidades? Quais caminhos percorrer e recriar dentro das relações propostas pelo outro? Também uma questão de aproximar universos.
- autor de qual parte da estória? A questão do autor é citada várias vezes!
Outras questões são de cunho estreitamente subjetivo (qual não é...?):
- o quanto você sabe da obra dele(a)? “O quanto você sabe de mim?”
- o quanto induzo você saber qual parte de mim?
- o quanto conduzo você comigo?
- permito embora não saiba te guiar da obra?
Uma última questão depois dos diagramas apresentados (ver post no blog com diagramas):
- o que dá coerência à obra? O que fecha?
- O que faz o outro entender de mim? Como me visto do outro para entendê-lo em mim?
Agora, questões cênicas:
- encontro constante com o momento de suspensão, de hesitação, de pausa ao se deparar com o outro (cena, pedaço, jeito de falar, de mover, de resolver a cena), sendo, claro, eu mesmo(a)
- momentos de tensão: preservá-los ou resolvê-los? E o que fazer com o conflito de se aproximar do outro em mim? “Não sei para onde ir agora”.
- transmissão é quando acontece algo no meio de nós dois, no vago, na negociação, no impreciso, na pergunta de aonde ir OU quando encontro um jeito (ainda que provisório)? O que vai aparecer na cena que reconstituir da obra do outro?
- quais são nossas escolhas estéticas: mostrar processo, gerar novas possibilidades cênicas para demonstrar conflito (por exemplo, palestra demonstração?!), compor novas obras (semelhantes, diversas, em qual nível?)?
- por fim e não menos acabado: o que é mesmo pesquisa de linguagem? Estratégia versus hipótese, pergunta versus solução científica (que lembro, é também provisória ainda que no tempo histórico seja ilusoriamente muito bem definida), processo versus caminho linear (também ilusória, qualquer pesquisa requer o vagar).
... Ficção é um estado de hesitação...
Nirvana.
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