domingo, 15 de março de 2009

partilhando referências - Mitologias

Inicio minhas postagens aqui com uma preocupação/intenção de «organizar» e partilhar referências, experiências, lógicas e idéias de trabalho.

Começo pelas referências.

Pensando em linguagem e tradução, retomei a leitura das Mitologias de Roland Barthes (BARTHES, Roland. Mitologias. Rio de Janeiro: Difel, 2007). No final do livro, depois das mitologias propriamente ditas, há um capitulo 2 intitulado “o mito hoje”. Nele, Barthes apresenta o mito de uma forma complexa e apaixonante: “o mito é uma fala”, é um sistema de comunicação, uma mensagem. Tudo pode constituir um mito, desde que seja suscetível de ser julgado por um discurso. Entende-se aqui por linguagem, discurso, fala, toda a unidade ou síntese significativa, quer seja verbal, quer visual.

Pensei logo no amarelo como mito.

Barthes apresenta o mito como um sistema semiológico segundo, que depende de um primeiro: significante (imagem) associado a um significado (conceito) formam um signo, que será o significante do mito, e ganhará dentro da estrutura mítica um novo significado, gerando um novo signo.

Entao, pensei amarelo como signo de um sistema semiológico primeiro e significante dentro da estrutura do mito (mito = tradução de amarelo).

Barthes fala ainda que o conceito mítico pode ser reapresentado de diversas formas - “essa repetição do conceito por meio de formas diferentes é preciosa para o mitólogo, pois permite-lhe decifrar o mito: é a insistência num comportamento que revela sua intenção”

E então pensei as traduções de amarelo como reapresentações do mesmo mito amarelo. Voltando à primeira reflexão: amarelo como mito, reapresentado de diversas formas (traduções).

Finalmente, guardo de todo este capítulo uma idéia de estruturas e elementos que se combinam num sistema, se preenchem, se atualizam e se reapresentam constantemente, segundo aspectos históricos, sociais, ideológicos e (acrescento eu) criativos. Uma focalização dinâmica, capaz de ler e decifrar o mito, relacionando o esquema mítico com uma historia geral, com os interesses de uma sociedade definida, levando em conta o movimento que consta do/no mito.


leitura difícil mas muito inspiradora...

bj

Beti

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