segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Post de abertura.

É com prazer que iniciamos as conversas por aqui (que esperamos sejam numerosas, intensas e frutíferas).

O projeto as obras dentro da obra (Linguagem, poética e autoria em dança discutidas através de experiências de tradução e transmissão), pretende colocar a própria pesquisa de linguagem em dança como objeto de discussão e investigação.

A partir das obras Amarelo (de Elisabete Finger) e Quase Nu (de Ricardo Marinelli) e de exercícios práticos de tradução destas obras para outros sistemas (fotografia, vídeo, pintura, escultura, instalação, literatura) e de transmissão das mesmas para outros performers/autores (Elisabete transmite o solo Amarelo para Ricardo, e este transmite Quase Nu para Elisabete), pretende-se colocar em questão as especificidades da linguagem da dança, da obra, do corpo que pratica a ação.

Os “resultados” parciais destas experiências e práticas serão sempre compartilhados com a comunidade local, através de aberturas de estúdio em diferentes fases da pesquisa, de debates promovidos por artistas convidados, de uma oficina para criadores e criadoras em dança, da manutenção de um blog especifico para projeto, e da publicação, ao final do período de trabalho, de um caderno com artigos e imagens coletados e escritos pelos artistas envolvidos no processo de pesquisa.

Este projeto conta com a colaboração de Daniella Aguiar para as atividades de tradução, e Nirvana Marinho para as de transmissão. Além delas, colaboram e acompanham o projeto os artistas: Michelle Moura, Neto Machado e Gustavo Bitencourt – integrantes do Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial.

Elisabete Finger e Ricardo Marinelli têm desenvolvido suas pesquisas ao lado dos outros artistas que integram o Couve-Flor Minicomunidade Artística Mundial (Cristiane Bouger, Gustavo Bitencourt, Michelle Moura, Neto Machado, e Stéphany Mattanó).

Neste projeto especificamente, Elisabete e Ricardo levantam questões relativas à linguagem, poética e autoria em dança contemporânea, contando com a colaboração dos outros couves, parceiros de trabalho sempre envolvidos nas discussões, criações e experimentações que acontecem no “canteiro do coletivo”. Ao lado deles nesta empreitada, estão também Nirvana Marinho e Daniella Aguiar, artistas que encontramos em momentos diferentes do nosso percurso, e que têm se mostrado importantes interlocutoras, colaborando sempre com o crescimento de nossas investigações, contribuindo para o desdobramentos das nossas ações.

Este não é um projeto que pretende criar ou produzir um espetáculo, esta proposta parte de uma necessidade que entendemos como urgente, de aprofundar investigações e discussões dentro da própria dança contemporânea, de ter a linguagem de dança como objeto de estudo, de fazer a obra e a criação transbordar da cena e reverberar, compartilhando tudo isso com a comunidade local. As obras apresentadas para os exercícios de tradução e transmissão, já existem, e já foram apresentadas em Curitiba, o que pretendemos aqui é esgarçar a cena que elas construíram, colocar uma lente de aumento sobre seu processo criativo, e sobre seus desdobramentos, oferecendo ao público uma visão de como as coisas são feitas de seu interior, e oferecendo a nós mesmos enquanto artistas uma oportunidade de aprofundar e enriquecer nossos trabalhos, gerando conhecimento e tecnologia num fazer artístico e num olhar para o fazer artístico.

Este blog é uma das estratégias de trabalho da equipe de artistas pesquisadores, servindo também como forma de tornar públicas as discussões e experiências desenvolvidas, gerando redes de comunicação com interessados e interessadas de forma geral.

Vamos conversar!

Um comentário:

  1. Adorei isso!!!
    Essa transmissao coreografica proposta pelo e entre o Amarelo e o Quase Nu me faz lembrar da "validade" do material coreografico no corpo de outro performer, questao abordada na oficina da Sarah Michelson. Estou curiosa para saber mais sobre os caminhos que vcs irao desvendar.
    Um beijo com saudade!
    Cris

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